A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de importação sobre aço e alumínio brasileiros provocou uma onda de interpretações nos mercados — e o economista-chefe da XP, Caio Megale, trouxe uma leitura estratégica: essa medida pode acelerar o fim do ciclo de juros altos no Brasil.
Segundo Megale, a tarifação americana tem impacto direto sobre as exportações brasileiras e, consequentemente, sobre o setor industrial e os preços dos insumos. Isso reduz a pressão inflacionária, abrindo espaço para que o Banco Central antecipe o alívio na taxa Selic.
Os Fatores-Chave da Análise de Megale:
- Reação em cadeia nas exportações: com tarifas mais altas, as vendas para os EUA podem cair, gerando sobra de oferta e menor pressão de preços.
- Dólar mais estável: apesar de tensões comerciais, o real manteve certa resiliência, o que reforça o cenário de inflação controlada.
- Expectativa de inflação sob controle: Megale cita que os núcleos de inflação estão ancorados, dando margem para cortes adicionais na Selic.
A Posição da XP:
A XP já previa cortes graduais da Selic, mas agora vê chance de antecipação ou até aceleração no ritmo de cortes. A nova previsão indica Selic abaixo de 9% ainda em 2025, se o cenário externo não se deteriorar.
Por Que Isso Importa?
Em um ambiente de baixo crescimento e crédito caro, a antecipação do alívio monetário pode estimular a economia, principalmente setores sensíveis ao custo de capital como varejo, construção civil e tecnologia.
Fontes:
- XP Investimentos – Nota Econômica (Caio Megale)
- Bloomberg Línea: “Megale, da XP, diz que tarifa pode antecipar fim de aperto do BC”
- Estadão, Valor Econômico, Broadcast