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Quando a maré vira: impactos políticos na América Latina após o novo protecionismo americano

“Líderes políticos observando um mapa da América Latina diante de um cenário de incerteza econômica global”

O recente anúncio de tarifas por parte do ex-presidente Donald Trump, em plena corrida eleitoral nos Estados Unidos, reacendeu um alerta que a América Latina conhece bem: o risco de se tornar refém das oscilações de poder nas grandes potências. Para além dos impactos econômicos diretos, há uma onda política que começa a se formar no continente — marcada por incertezas, realinhamentos e oportunismo estatal.

Protecionismo lá fora, oportunismo por aqui

Sempre que o livre comércio é atacado, governos latino-americanos encontram terreno fértil para justificar novas formas de intervenção. A narrativa é conhecida: “Se os EUA estão se fechando, também devemos proteger nossos mercados.” O problema é que essa lógica conduz à multiplicação de barreiras, aumento de subsídios, e mais distorções — justamente o oposto do que economias frágeis e dependentes de investimento externo deveriam buscar.

Mercado retraído, populismo avançando

O capital é sensível à instabilidade — e a retórica protecionista, somada a políticas fiscais frouxas e promessas vazias, cria um ambiente perfeito para a fuga de investidores. Como destacava Friedrich Hayek, “quanto maior o poder do Estado para interferir, maior o incentivo para grupos organizados buscarem favores”. Não é coincidência que, em períodos assim, políticos populistas ganhem força com discursos de autossuficiência e nacionalismo econômico.

O problema não é o comércio — é o Estado

O que muitos analistas ignoram é que a causa da vulnerabilidade latino-americana frente às decisões dos EUA não está no comércio internacional, mas sim na falta de resiliência institucional, liberdade econômica e previsibilidade política nos próprios países. Economias mais abertas, com regras claras e instituições sólidas, reagem melhor às turbulências externas — porque atraem investimentos por mérito, não por apadrinhamento.

Lições da Escola Austríaca

Para os austríacos, a liberdade econômica não é apenas um instrumento de eficiência — é um pilar de estabilidade social e política. Ludwig von Mises alertava que o protecionismo não fortalece nações, apenas preserva ineficiências internas às custas do consumidor e da inovação. A América Latina precisa ouvir mais essas vozes.


Conclusão:

O novo protecionismo americano é um teste para o continente. Alguns governos aproveitarão para expandir seus poderes. Outros, talvez poucos, enxergarão na crise uma oportunidade de reafirmar compromissos com o livre mercado e a integração global. A história mostrará quem fez a escolha certa.

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