Nos últimos dias, o ouro ultrapassou novas máximas históricas e chamou a atenção de analistas e investidores em todo o mundo. Com uma alta superior a 3% só nesta semana, o metal precioso reafirma seu papel como ativo de proteção em tempos de instabilidade econômica e geopolítica.
O movimento de valorização ocorre em um contexto de dólar em queda, inflação persistente nos EUA, e tensões crescentes no comércio global, impulsionadas pelas políticas tarifárias anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump. Esse ambiente leva os investidores a buscar refúgio fora dos ativos tradicionais, especialmente em um momento em que os títulos do Tesouro americano começam a perder apelo diante da incerteza sobre os rumos da política monetária.
Fatores que impulsionam o ouro em 2025:
- Dólar enfraquecido:
O recuo da moeda americana aumenta a atratividade do ouro, que é cotado internacionalmente em dólar, tornando-o mais barato para compradores estrangeiros. - Queda na confiança dos mercados:
As bolsas americanas vêm registrando desempenho fraco, enquanto o ouro apresenta desempenho superior. Isso sinaliza que o capital está buscando segurança. - Guerra comercial em ascensão:
A “Liberation Day Tariff” de Trump reacendeu preocupações sobre interrupções nas cadeias globais, impacto sobre commodities e novos ciclos de retaliação. - Risco de estagflação:
A combinação de crescimento lento e inflação elevada (especialmente nos EUA) estimula a demanda por ativos físicos e não-produtivos, como o ouro. - Expectativas sobre o Fed:
Se o Federal Reserve decidir pausar ou até cortar juros para estimular a economia, o ouro tende a subir ainda mais, dada a menor atratividade dos rendimentos fixos.
A nova corrida por segurança
Não apenas grandes fundos institucionais, mas também investidores de varejo e bancos centrais têm ampliado suas reservas em ouro. Países como China, Rússia e Índia vêm acumulando o metal como forma de reduzir sua dependência do dólar e proteger suas economias diante do redesenho da ordem monetária internacional.
O ouro deixa, assim, de ser apenas um ativo conservador e se transforma em um instrumento geopolítico.
Conclusão
O metal dourado, frequentemente ignorado nos ciclos de bonança e otimismo, volta ao centro das decisões estratégicas globais.
Sua valorização não é apenas reflexo do medo — mas um sinal claro de que os fundamentos da economia mundial estão em transição.