As tensões comerciais entre os Estados Unidos e outras potências ganharam novos contornos nas últimas semanas. Um relatório da Jefferies aponta que Washington pode estar abrindo uma nova fase de protecionismo agressivo, com impacto direto sobre seus parceiros latino-americanos. A imposição de tarifas mais elevadas sobre importações e o endurecimento nas negociações comerciais reacenderam o debate sobre a vulnerabilidade regional — e o papel estratégico que o Brasil pode assumir nesse novo tabuleiro geopolítico.
Um cenário de risco… e de fuga de capital
Enquanto o protecionismo avança, cresce também a aversão ao risco nos mercados desenvolvidos. Investidores, atentos à instabilidade de Wall Street, começaram a buscar alternativas nos mercados latino-americanos. O índice MSCI Latam, por exemplo, superou o S&P 500 em mais de 20 pontos percentuais em 2025 — um sinal claro de migração de capital em direção a economias emergentes.
O agro brasileiro na linha de frente
No setor agrícola, a disputa comercial entre EUA e China pode abrir um flanco favorável ao Brasil. Com a retaliação chinesa focada em produtos como a soja americana, o agronegócio brasileiro pode ampliar sua presença na Ásia. Com safra recorde, logística consolidada e reconhecimento internacional, o Brasil se apresenta como alternativa confiável e estratégica para Pequim.
Oportunidade ou armadilha?
Apesar do aparente espaço para crescimento, o Brasil precisa evitar o erro de tratar a conjuntura como sorte passageira. Oportunidades existem, mas exigem ação estratégica e diplomacia ativa.
É preciso proteger setores expostos, negociar isenções e aproveitar com inteligência as brechas comerciais que surgem. Mais do que reagir, o Brasil precisa se posicionar como protagonista regional — e não apenas como espectador de uma disputa entre gigantes.
Conclusão
A nova tensão comercial nas Américas representa um risco real, mas também uma chance de avanço para quem souber jogar.
Para o Brasil, o momento exige pragmatismo, posicionamento firme e visão de longo prazo.
Fontes:
Reuters: Brasil avalia reação às tarifas
Reuters: Jefferies lista 6 possíveis desfechos da guerra comercial
Reuters: China retalia com tarifas agrícolas
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