Na superfície, a guerra comercial parece ser travada com tarifas, subsídios e sanções. Mas nos bastidores, a verdadeira batalha se dá na manipulação das moedas. Em um mundo onde quase todo comércio é mediado por sistemas fiduciários, controlar o valor da própria moeda é controlar muito mais do que preços — é controlar o poder.
Os Estados Unidos usam o dólar como arma diplomática e financeira. Sanções, congelamento de ativos e controle sobre o sistema SWIFT são exemplos claros. Já a China responde mantendo o yuan artificialmente desvalorizado para favorecer suas exportações — e, mais recentemente, impulsionando acordos bilaterais com o uso de sua própria moeda.
O resultado é um ambiente de instabilidade permanente.
Economias emergentes veem suas moedas desvalorizar rapidamente, mesmo quando seguem políticas internas equilibradas. Isso impacta o custo das importações, a inflação, a dívida externa e a própria soberania.
“A inflação é um imposto sem legislação.”
– Milton Friedman
Esta guerra monetária é silenciosa, mas brutal. E está se intensificando. Como vimos no artigo anterior sobre a resposta da China, o jogo não se limita a medidas comerciais. A moeda tornou-se um campo de batalha invisível, mas decisivo.