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Game Over na liberdade econômica: a política do atraso chegou ao setor de games

Ilustração mostra console Xbox entre estrutura estatal e a palavra “Game Over”

O brasileiro está pagando cada vez mais caro até para se divertir. O setor de games, um dos mais acessíveis e inovadores do mundo, também sofre com os efeitos da política econômica brasileira. A recente escalada protecionista dos EUA, como as tarifas impostas por Trump ao aço nacional fonte: CNN Brasil, agrava o cenário global. Para o Brasil, os impactos são multiplicados por uma estrutura fiscal sufocante e uma moeda em queda livre fonte: Agência Brasil.

Empresas como a Nintendo já reconhecem a inviabilidade de manter preços competitivos no país fonte: Estado de Minas. Neste post, analisamos como tarifas protecionistas, inflação e um real fragilizado transformam o entretenimento digital em artigo de luxo — e a liberdade de escolha, em ilusão. A política do atraso avança até sobre quem só quer jogar.


A política que transforma lazer em privilégio

O que deveria ser um setor vibrante e acessível está se tornando mais um campo minado por impostos, burocracia e controle estatal. Consoles encarecem, jogos são lançados com preços impraticáveis e plataformas sofrem para operar no país. Não por falha de mercado — mas por excesso de governo.

A situação foi antecipada nos nossos dois textos anteriores: “Microsoft aumenta preços e confirma o que já dissemos” e “Enquanto o dólar manda, o real obedece”. Ambos mostraram como a alta de preços não é um erro de mercado, mas um efeito previsível da desvalorização do real e do modelo intervencionista que sabota o consumo.


O protecionismo disfarçado de política cultural

Toda vez que o Estado interfere no mercado com o pretexto de “proteger a indústria nacional”, ele cria distorções. No setor de games, isso se traduz em tarifas absurdas, custos de importação que inviabilizam lançamentos simultâneos e barreiras artificiais à entrada de plataformas digitais.

É a mesma velha fórmula: usar o discurso da soberania ou da cultura nacional como justificativa para manter privilégios, cartelização e arrecadação disfarçada. O resultado é o contrário do que se promete: menos acesso, menos diversidade e menos inovação.


O Brasil paga mais e joga menos

Em países com moeda forte, estabilidade fiscal e abertura econômica, o acesso ao entretenimento digital é amplo, barato e descentralizado. No Brasil, é o oposto.

Jogos que custam US$ 59,99 nos EUA chegam aqui por R$ 399 — quando não ultrapassam R$ 500 com impostos e encargos. Enquanto isso, a infraestrutura digital sofre, o investimento privado encolhe e a pirataria se torna, para muitos, a única opção.


O Estado como player dominante

O que vemos não é uma falha de mercado, mas o sucesso do Estado em capturar setores inteiros para manter sua lógica arrecadatória e de controle.

A liberdade econômica está sendo minada não apenas nos setores produtivos, mas também nos espaços simbólicos e culturais. Quando até o lazer se torna refém do protecionismo, fica claro que o problema é sistêmico — e a liberdade virou exceção.


Conclusão

Resumo das ideias:
O aumento dos preços nos games, as tarifas abusivas e o câmbio desfavorável não são eventos isolados. São consequências diretas de um modelo que criminaliza o consumo, estrangula a moeda e transforma o mercado em um campo de arrecadação.

Reflexão final:
Enquanto o mundo joga, o brasileiro assiste da arquibancada. Não por falta de vontade — mas porque o Estado ocupou até o último espaço da liberdade de escolha. É a política do atraso em sua forma mais cruel: aquela que se infiltra até no que deveria ser simples, livre e divertido.

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