Você não paga caro porque é importado — paga caro porque o real vale pouco.
Neste post, vamos além da superfície: não é o preço dos produtos que está subindo — é o valor do seu dinheiro que está caindo. Em janeiro, o real chegou a ser a segunda melhor moeda do mundo; mas nos últimos 12 meses, caiu para a segunda pior colocação entre moedas globais fonte: InfoMoney. Em 2025, já lidera o ranking de desvalorização frente ao dólar, segundo levantamento da Gazeta fonte: A Gazeta. não é o preço dos produtos que está subindo — é o valor do seu dinheiro que está caindo. Entenda como a destruição sistemática da moeda brasileira transforma qualquer item básico ou de lazer em artigo de luxo, e por que essa crise não é técnica, mas política.
A ilusão do “preço alto”
Como mostramos em outros artigos — “Microsoft aumenta preços e confirma o que já dissemos” e “Game Over na liberdade econômica: a política do atraso chegou ao setor de games” —, o problema do encarecimento não está no produto em si, mas na política que corrói o valor da moeda
- Quantas vezes você ouviu que um produto está “muito caro porque é importado”?
Mas pare e pense: o produto em si não mudou. O que mudou foi a moeda com a qual você tenta comprá-lo.
Nos últimos anos, o real perdeu valor de forma contínua, mesmo em períodos de crescimento do PIB ou estabilidade aparente. Não se trata de um fenômeno técnico ou externo. Trata-se de um projeto político-econômico que mina o poder de compra do cidadão em nome da irresponsabilidade fiscal e da expansão do Estado.
O câmbio é o espelho da política
O dólar não manda porque é forte. Manda porque o real é fraco.
E o real é fraco porque o Estado brasileiro — de diferentes governos, partidos e ideologias — faz da inflação uma ferramenta de gestão.
Gasta-se mais do que se arrecada. Endivida-se sem limite. E quando a conta chega, imprime-se moeda — ou expande-se crédito artificial.
O resultado? Desvalorização sistemática da moeda, perda de confiança e corrosão silenciosa do poder de compra da população.
O preço no dia a dia
O brasileiro médio não precisa de gráficos para entender o problema. Ele o sente no mercado, no posto de gasolina, no boleto escolar — e agora, também no entretenimento.
Itens como um controle de videogame, que custaria cerca de US$ 50 em qualquer país com moeda estável, chegam a R$ 500 no Brasil. E isso com promoções.
O problema, repita-se, não é o produto. É a moeda.
Inflação como política de Estado
O Estado lucra com a inflação. Cada vez que o dinheiro perde valor, a máquina arrecadatória do governo cresce automaticamente: mais impostos nominais, mais crédito indexado, mais controle indireto sobre a economia.
E o cidadão?
Este é obrigado a trabalhar mais, consumir menos, planejar menos — e ainda é acusado de viver “acima do que pode”.
Enquanto isso, o Banco Central finge neutralidade, mas age como cúmplice. E a classe política justifica tudo com frases como “o mercado é volátil” ou “o dólar está pressionado”. Mas a verdade é: quem está pressionado é o brasileiro, esmagado entre o Estado gastador e a moeda podre.
Conclusão
O alto preço dos produtos não é causado por sua origem estrangeira, mas pela destruição deliberada do valor da moeda nacional. A inflação, longe de ser um erro de cálculo, tornou-se uma ferramenta política — e quem paga por isso é o cidadão comum.
O problema não é o dólar forte. É o real fraco, corroído por políticas irresponsáveis que tratam a moeda como uma ficção útil ao poder. Se quisermos produtos acessíveis, precisamos de uma moeda forte. E isso só virá com responsabilidade fiscal, respeito ao mercado e limites claros ao poder do Estado.
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