Quando se fala em crime organizado e mercados ilegais, é comum apontar o dedo para traficantes, contrabandistas e falsificadores.
Poucos percebem, no entanto, que grande parte desse mercado subterrâneo não surge da natureza criminosa das pessoas — mas das distorções impostas pelo próprio Estado.
Com impostos abusivos, regulações impossíveis e proibições morais, o Estado cria um ambiente onde a ilegalidade se torna não apenas atraente — mas inevitável.
Tributos abusivos: a fábrica da informalidade e do contrabando
Quando o governo tributa excessivamente produtos como cigarros, eletrônicos ou bebidas:
- Ele eleva os preços acima da capacidade real de compra da maioria da população.
- Cria um prêmio econômico para quem consegue driblar o sistema e vender mais barato.
Exemplo prático:
- Em São Paulo, quase 60% dos cigarros vendidos vêm do mercado ilegal, segundo a Associação Brasileira de Combate ao Contrabando.
- No setor de eletrônicos, celulares e consoles de videogame são alvos constantes de contrabando por causa das altas tarifas de importação.
Conclusão óbvia:
Quanto maior o imposto, maior o incentivo para fugir dele.
Proibições morais: o combustível do crime organizado
Quando o Estado proíbe certas mercadorias (drogas, armas, softwares não licenciados), ele não elimina a demanda.
Ele apenas entrega o suprimento para organizações ilegais, que:
- Operam sem garantias contratuais, substituindo a negociação pela violência.
- Financiam redes de corrupção, milícias e cartéis.
Exemplo histórico:
- THE Lei Seca nos EUA (1920–1933) proibiu a venda de álcool.
- Resultado: crescimento explosivo do crime organizado, liderado por mafiosos como Al Capone.
A repressão cria monopólios violentos.
A liberdade, quando existente, regula pelo próprio mercado e pela concorrência.
Estado e crime: uma simbiose invisível
O paradoxo é cruel:
- O Estado cria o mercado ilegal com suas leis irracionais.
- O Estado aumenta seu poder e orçamento alegando a necessidade de combater o crime que ele mesmo estimulou.
Mais repressão, mais violência, mais orçamento — e o ciclo se retroalimenta.
No fundo, o crime organizado não é uma aberração do mercado.
É um produto da intervenção estatal contra o mercado livre.
A lógica do mercado versus a lógica da coerção
No mercado livre:
- As trocas são voluntárias.
- O lucro depende da satisfação do cliente.
- A concorrência penaliza maus prestadores e recompensa os melhores.
No mercado ilegal criado pelo Estado:
- A troca é feita sob ameaça.
- O lucro depende da violência e da corrupção.
- O monopólio é garantido pela eliminação física dos concorrentes.
A diferença entre um mercado legal e um mercado criminal é, muitas vezes, apenas a assinatura do legislador.
Conclusão: menos proibição, mais liberdade
Combater o crime organizado de verdade não é questão de aumentar a repressão.
É questão de:
- Reduzir impostos que tornam produtos comuns em artigos de luxo.
- Legalizar e regulamentar produtos cuja proibição só alimenta redes violentas.
- Restaurar a lógica do mercado livre, onde quem oferece melhor vence, não quem mata mais.
Onde o Estado impõe coerção, nasce a violência.
Onde o mercado oferece escolha, nasce a prosperidade.
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