Em nome da soberania econômica, os Estados Unidos elevaram tarifas sobre uma série de produtos importados — inclusive alimentos e commodities brasileiras. A justificativa? “Proteger a produção interna”. O efeito? Desorganização no agronegócio brasileiro, aumento de estoques, queda de preços internos e tensão diplomática.
A dependência do Brasil em relação ao mercado americano é especialmente sensível no setor agrícola. Soja, carnes, etanol e milho estão entre os produtos mais expostos. Em 2024, os EUA foram o segundo maior destino das exportações agropecuárias brasileiras. Agora, em 2025, o protecionismo americano transforma essa parceria em vulnerabilidade.
“Quem depende de um único cliente, na prática, tem um patrão.”
– Ditado popular entre exportadores
O impacto não é apenas comercial. As tarifas afetam o câmbio, pressionam a inflação interna e expõem a fragilidade da política externa brasileira, que nos últimos anos oscilou entre submissão ideológica e desorientação estratégica.
No artigo anterior, mostramos como Trump reacendeu a guerra comercial. Agora, vemos as consequências diretas para o Brasil — um país que insiste em agir como potência retórica, mas se comporta como vassalo econômico.