“Tudo aumentou.”
Essa é a frase mais ouvida nas ruas, nas padarias, nos supermercados.
Mas o que poucos percebem é que essa resignação não é apenas econômica — é moral.
A inflação se tornou parte do cotidiano como se fosse um fenômeno natural. Como se os preços simplesmente decidissem subir por vontade própria. Como se o pão francês acordasse com ambição. Como se os legumes conspirassem contra o poder de compra do povo. Essa naturalização da inflação é uma das maiores vitórias culturais do intervencionismo estatal.
A cada novo reajuste, a indignação diminui. E o que entra em cena é a adaptação passiva: o brasileiro troca carne por ovo, arroz por macarrão, padaria por farinha. Em vez de se perguntar por que está ficando mais pobre, se pergunta apenas o que pode cortar do carrinho. Essa lógica da escassez não é uma falha, é uma política.
O governo continua aumentando gastos, imprimindo moeda, estatizando setores e criando subsídios com dinheiro que não tem. E quem paga essa conta? O trabalhador que vê sua cesta básica encolher enquanto ouve discursos sobre “redistribuição”. Não há redistribuição em um país onde o próprio valor do dinheiro está sendo corroído.
Pior do que a inflação no bolso é a inflação na consciência.
Quando a população aceita pagar caro e culpa o mercado, está vivendo sob um tipo de hipnose econômica. A verdadeira causa da pobreza não é o lucro, é o roubo institucionalizado da moeda.
Enquanto isso, os mesmos que criam o problema se apresentam como salvadores — com novos auxílios, novos programas e novas promessas. O ciclo se repete, e a liberdade vai sendo trocada por pães cada vez mais caros e cada vez menores.
Inflação é uma política de empobrecimento disfarçada de fatalidade econômica.
E quem lucra com isso é sempre o Estado.