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A desaceleração da inflação nos EUA: o que ela esconde?

Imagem em preto e branco de jornal financeiro destacando a desaceleração da inflação nos EUA, com gráfico de taxas de 2018 a 2023, uma calculadora e uma nota de 100 dólares.

A manchete típica diz: “Inflação americana desacelera e alimenta otimismo nos mercados”. Mas um olhar mais profundo revela que essa aparente boa notícia esconde uma realidade econômica muito mais preocupante.

Desde o início do segundo mandato de Donald Trump, os EUA têm seguido um roteiro previsível: aumento de gastos públicos, cortes seletivos de impostos e uma política industrial nacionalista que remete ao pior dos anos 1970. Tudo isso alimentado por déficits bilionários e uma dívida pública que já ultrapassa 34 trilhões de dólares.

A desaceleração da inflação não se deu por reformas estruturais, contenção fiscal ou austeridade monetária. Ela é, na verdade, o reflexo de uma base comparativa inflada e de efeitos defasados da alta anterior nos juros. O Federal Reserve elevou os juros, sim — mas o Estado continuou gastando como se não houvesse amanhã. E mais: o mercado de trabalho permanece artificialmente aquecido por incentivos estatais e programas de benefícios que mascaram a real produtividade da economia.

No curto prazo, os índices podem enganar. A inflação desacelera em certos setores, mas alimentos, energia e habitação ainda seguem em alta. O dólar, embora momentaneamente estável, sofre com a crescente desconfiança global. E o ouro, ativo por excelência da proteção contra inflação e incerteza, acaba de atingir recordes históricos.

A leitura fria dos números não basta. É preciso perguntar: o que está por trás do alívio inflacionário?
Será mesmo que estamos voltando à estabilidade — ou apenas atrasando o estouro inevitável de uma bolha montada com dinheiro fácil, protecionismo e populismo econômico?

Como advertia Ludwig von Mises,

“O que quer que o governo dê a alguém, ele deve primeiro tirar de outro.”
E esse alguém será, no fim, o cidadão comum — seja por meio de impostos visíveis ou, mais insidiosamente, pela inflação disfarçada de crescimento.

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