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Comércio livre não é entre países — é entre pessoas | Série DESGLOBALIZAÇÃO – Part 3

Dois indivíduos trocando um aperto de mãos em um ambiente neutro, simbolizando a troca voluntária entre pessoas em diferentes partes do mundo

Boa parte dos debates sobre comércio internacional ainda parte de uma falsa premissa: a de que nações negociam entre si como se fossem entidades conscientes, com vontade própria. Fala-se em “interesse nacional”, “balança comercial” e “negociações entre países” como se fosse legítimo um governo decidir o que seus cidadãos podem ou não comprar, vender ou trocar.

Mas para o pensamento libertário — e para os liberais clássicos mais consistentes — essa narrativa é não apenas equivocada, mas perigosa. Porque legitima a ideia de que o comércio é uma questão de Estado, quando ele deveria ser uma questão de indivíduos livres interagindo voluntariamente.

Pessoas trocam, governos atrapalham

O comércio surge do impulso natural de especialização e cooperação. Como dizia Ludwig von Mises, “o mercado é um processo social”. Não são os países que fazem negócios — são pessoas, empresas, famílias, consumidores e produtores.

Ao transformar o comércio em uma função estatal, o governo assume o papel de intermediador forçado: cria tarifas, exige licenças, impõe proibições, distribui subsídios. E com isso destrói justamente aquilo que deveria proteger — a liberdade de empreender e trocar.

A fronteira política não define a liberdade econômica

Por que um brasileiro deveria depender da autorização do governo para comprar um livro da Inglaterra? Ou um agricultor argentino para vender café ao Japão? O comércio livre, para ser realmente livre, não pode parar na fronteira. A soberania do indivíduo deve se sobrepor à do Estado.

Como apontava Murray Rothbard, “não existe tal coisa como o ‘interesse nacional’ — existem apenas interesses individuais, que devem ser protegidos do poder coercitivo do Estado.”

Comércio é paz. Estado é coerção.

A essência do comércio voluntário é a troca pacífica de valor. A essência do Estado é a imposição de regras sob ameaça de punição. Ao colocar o comércio sob controle estatal, o que fazemos é transformar uma dinâmica naturalmente cooperativa em uma relação de poder.

E é por isso que o discurso atual sobre “regulação do comércio internacional” deve ser visto com desconfiança. O que está em jogo não é apenas eficiência econômica — é o direito das pessoas de se relacionarem livremente com o mundo.


Conclusão

Comércio livre não é um privilégio concedido por acordos governamentais — é um direito natural dos indivíduos. E defendê-lo é mais do que uma política: é um princípio.

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