Em meio à recente escalada de tarifas comerciais entre as grandes potências, investidores globais estão se vendo num beco sem saída. A chamada “turbulência tarifária” – expressão já repetida em portais de economia – traduz um cenário onde políticas protecionistas desorganizam o comércio internacional e corroem a previsibilidade do mercado.
As reações imediatas são previsíveis: o capital foge de ativos de risco, busca refúgio em títulos considerados “seguros” e os mercados oscilam com a insegurança generalizada. Mas há algo mais profundo em jogo – algo que os liberais clássicos e os economistas austríacos vêm alertando há décadas.
O intervencionismo gera distorções
Tarifas são, essencialmente, impostos disfarçados. Ao restringirem o livre comércio, interferem no processo espontâneo de coordenação do mercado. Como destacou Ludwig von Mises, “o protecionismo não protege a economia – protege ineficiências”. O resultado é um ambiente de negócios hostil à alocação racional de recursos.
Investidores sem rumo são sintomas do problema, não causas
O colapso da confiança dos investidores diante de medidas estatais imprevisíveis é o reflexo natural de um sistema que perde seus mecanismos espontâneos de regulação. Quando o governo decide quem ganha e quem perde via tarifas, subsídios ou sanções, os preços deixam de refletir informações reais do mercado – e passam a refletir decisões políticas.
A insegurança como consequência lógica
Se não há horizonte claro, não há investimento sólido. E, ironicamente, quanto mais o governo tenta “proteger” a economia com intervenções tarifárias, mais ele mina a base de qualquer crescimento sustentável: a liberdade de empreender, trocar, investir e inovar.
A saída? Menos Estado, mais mercado
Num mundo de incertezas artificiais criadas por governos, a solução não é dobrar a aposta no dirigismo, mas restaurar os princípios da liberdade econômica. A Escola Austríaca nos lembra que mercados livres não garantem estabilidade perfeita, mas evitam a instabilidade fabricada.