As novas propostas tarifárias do ex-presidente norte-americano Donald Trump reacenderam o sinal de alerta na economia global. Embora o foco da cobertura esteja sobre cadeias industriais e comércio internacional, os efeitos dessas políticas podem chegar a setores menos óbvios — como o turismo e a hotelaria no Brasil.
O efeito borboleta do câmbio
A imposição de tarifas sobre importações costuma gerar distorções no comércio e pressão sobre o dólar. Em um cenário de retaliação global, a moeda americana tende a se valorizar — e moedas de países emergentes, como o real, tendem a perder força.
E o que isso significa na prática? Um Brasil mais barato para turistas estrangeiros.
A valorização do turismo interno
Com o real desvalorizado, viajar ao Brasil se torna mais acessível para americanos, europeus e latino-americanos. Ao mesmo tempo, a alta do dólar desestimula os brasileiros a viajarem para fora, movimentando o mercado interno: hotéis, pousadas, agências, restaurantes e experiências locais podem sentir o impacto.
No entanto, isso exige preparo. Mais visitantes exigem melhor infraestrutura, qualificação profissional e planejamento regional.
Oportunidade disfarçada de crise
O setor turístico pode transformar esse cenário em vantagem. É hora de investir em experiências autênticas, promover destinos além do eixo Rio-SP, estabelecer parcerias regionais e, principalmente, posicionar o Brasil como destino de valor no mercado global.
A combinação de câmbio favorável e instabilidade internacional pode, paradoxalmente, fortalecer o turismo brasileiro — se houver visão estratégica.
Conclusão
O Brasil não está no centro da guerra comercial, mas pode colher frutos dela.
O turismo, muitas vezes ignorado como ferramenta de desenvolvimento, pode ganhar protagonismo. Para isso, é preciso menos improviso e mais inteligência de mercado.
A hora de agir é agora.